sábado, 8 de setembro de 2012

A menina que dançava



Não é o ritmo nem os passos que fazem a dança
Mas a paixão que vai na alma de quem dança.



Emocionada, agradecia o buquê de flores que recebera, agradecia os aplausos do público. Ela havia cumprido o que prometera: dançou como nunca na vida! O tutu azul escuro com pedras brancas, seus olhos bem marcados, sua pele branca e seu cabelo escuro refletiam a delicadeza que ela era. Sua felicidade transbordava em seus olhos. A coreografia executada com perfeição encantou toda a plateia. Os funcionários do teatro choravam extasiados com sua conquista. Ao olhar pra primeira fileira de cadeiras: lá estava ele, que há tantos anos sumira, que fora cuidar de seus sonhos. Os olhos da moça não se contiveram mais, chorava e ria! Ele foi até ela, entregou-lhe uma rosa simples, e deu um sorriso: “Eu sempre soube que você faria isso!”. A paz que sentiu foi doce, parecia pisar nas nuvens, parecia que o cheiro dos jardins da casa de sua avó invadia o ambiente, parecia estar no mar num fim de tarde, tantos risos, tantas lembranças. Ela fez seu trabalho! Fez o que mais ama na vida! Entregou-se de alma. Depois de um acidente como aquele, era difícil imaginar que ela ficaria em pé novamente, no entanto estava ali, dançando. Viu a morte chegar e levar um irmão e uma amiga. Os anos que passou sem andar... As tristezas que sentia... Mas estava ali, deslumbrante. Olhando os olhares cheios de júbilo e sentindo que o teatro queria vê-la. Foi seu primeiro solo após o acidente. E ele estava ali para vê-la, no momento mais importante.  Ela entrou então no camarim, desfez a maquiagem, trocou de roupa, e saiu. Ele estava esperando-a no corredor, com um sorriso de satisfação e emoção profunda. Abraçaram-se. Ela não via mais nada, apenas sua vida de volta: arte, amor, dança e vida! Fechou seus olhos e sorriu.

domingo, 12 de agosto de 2012

Mas por que choras, pequena flor?


Mas por que choras, pequena flor?
Não sabes que é tarde pra olhar o céu?
Os passos já dados não se desfazem
O que sobra das abelhas é o mel

Não sabes, pequena flor, que tudo é fruto de escolhas?
Não sabes que cada coração manda em seu próprio destino?
E a vida corre, os dias passam, brincam os meninos
E colhemos a plantação dos nossos atos grandes e pequeninos

Flor pequena, não murches!
Só por colheitas doloridas
A terra continua lá! E tem água a vontade...
É só querer que as flores nasçam bonitas!

Flor do jardim de amor, continue a amar assim!
Ajude quem for plantar e jogar as sementes no chão
O trabalho é árduo, mas vale a pena e alegra
Trará paz ao meu e ao teu coração!

(feixe de luz - 09/08/2012)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Acordei sorrindo. É tão difícil, é tão raro. Mas sem esperar, acordei assim. (Gosto de pontuar as coisas que escrevo, acho que a pontuação faz parte do sentimento de cada frase. É como o olhar. E meus olhares denunciam sempre, assim como minha pontuação!) Tomei um leite ninho com muito chocolate e saí. Fui andando até o parque. Estava nublado, daquele jeito que eu adoro, com o dia claro! Resolvi colher umas flores, elas estavam tão bonitas, tão coloridas! Deu saudade, porque aquele parque é parte de mim. Porque eu e meus amigos sentávamos naqueles bancos pra conversar, desabafar, rir, contar, inventar! O lugar ganhou um pouco de magia de cada conversa dessas. Foi lá que me encontrei. E eu estava lá hoje cedo, sozinha. É triste, mas eu estava feliz. Nenhum nó na garganta! Eu estou bem! Me distraí pegando as flores.. Eu queria fazer arte! Voltei logo pra casa e fiz um cartão. Pintei um quadro. Mas a paz é algo tão difícil de obter... Eu estava tão bem e acabei de receber uma ligação. Estragou tudo. Todos os bons sentimentos, toda a alegria. Tudo foi embora! Estou sem fome. Eu só queria um dia de felicidade, não precisava de mais nada não! Coração apertado. Acho que vou sair daqui, não pensar em nada e tentar sorrir! Sorrisos ajudam tanto! Sinto-me leve quando ponho um no rosto! Preciso correr atrás de sorrisos, acho que isso me fará melhor. Que as coisas boas não se acabem! Eu estou cansada...

quinta-feira, 3 de maio de 2012

''-Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta.
-Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.
-A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro.
-O homem erudito é um descobridor de fatos que já existem - mas o homem sábio é um criador de valores que não existem e que ele faz existir.
-Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como se os milagres não existissem. A segunda é vivê-la como se tudo fosse milagre.
-Procure ser um homem de valor, em vez de ser um homem de sucesso.
-A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistente.
-A liberação da energia atômica mudou tudo, menos nossa maneira de pensar.
-Os problemas significativos que enfrentamos não podem ser resolvidos no mesmo nível de pensamento em que estávamos quando os criamos.''
                                  Albert Einstein

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Dos jardins que te dei - Amitis

Ela se chamava Amitis. Não vou dizer o nome dele. Ele mesmo esquecia disso ao olhar pra ela. Se conheceram na cidade de Metus. Ele, com um Império nas mãos, fora para aquela pequena cidade para esquecer-se por um tempo de suas obrigações. As festividades reuniam centenas de belas mulheres, ele podia escolher qualquer uma. No entanto só tinha olhos pra menina das flores. Era doce. Ia sozinha para os pés do monte Dernavend. Subia um pouco. Conhecia cada canto, conhecia cada flor. Conhecia a luz do sol pelas frestas da janela verde das árvores. Conhecia o ar puro. Vivia com seu caderno, escrevia luz. Perdera seus pais muito jovem, herdeira de exorbitante fortuna, era simples. Gostava de andar descalça, gostava de deitar na grama. Era tão bela, e tão singela. Sempre silenciosa, sempre discreta. Ela guardava sua alma grandiosa para as pessoas que merecessem conhecer. Ela tinha um amor incondicional pela dança. Ela cantava. Ela  pintava. Seus quadros continham o segredo alem da linha do horizonte. Suas músicas tocavam levemente nas profundezas da alma. E ela dançava como água. Na perfeição de seus passos, na delicadeza de seu ritmo, Amitis dançava devagar.O seu lugar preferido era o monte. Lá encontrava a paz. Ninguém alcançava, ninguém falava. Era como se ela tivesse o mundo nas mãos, e aquele lugar permitia contempla-lo. Era boa, amava as pessoas só por serem pessoas. Chorava quando havia guerras, sofria com as mortes, sofria com as dores, sofria com os desesperos. Era o que chamam de anjo na terra. Essa era Amitis. Seus olhos escuros, contornos definidos, muito expressivos. Ela sorria. E seu sorriso iluminava os montes floridos. Ela sorria, e enchia as pessoas com um pouco de sua graça. Ela sorria, com sorriso de menina. Sorria com olhos fortes. Sorria com a delicadeza de uma fada. Era uma pequena centelha de amor.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Vim para validar

          O curta Validation é tão bom quanto estacionamento gratuito. Dirigido pelo norte-americano Kurt Kuenne, o filme apresenta uma história que talvez você se identifique, caso infelizmente não saiba mais sorrir ou elogiar.
          As cenas, divertidas e comoventes, mostram claramente como sorrisos e elogios são armas poderosas e que podem mudar o mundo – sem exagero. São surpresas agradáveis e inesperadas, como não ter que pagar para estacionar o carro.

          http://zupi.com.br/site_zupi/view/vim_para_validar

Abraço Teu

Um dia, acordei antes do alarme. Acordei com uma saudade tão grande. Saudade daquele abraço, que eu ganhava de vez em quando. Saudade do sorriso dele, que acompanhava o abraço. Saudade do pulsar dele, Saudade dele deitar no meu ombro. Queria voltar lá, e se a sorte resolvesse colaborar comigo, que eu pelo menos o visse. Era dia 11 de junho. E de noite eu fui. Fiz de tudo pra ir. Depois de um mês sem vê-lo, eu por sorte o vi. Tão rapidamente, tão intensamente. E só deu tempo pra um abraço. Voltei para casa.
Eis o que senti, eis o que eu pensei, eis o que escrevi:


Abraço Teu

Abraço é bom, conforta e acalma. Abraço é dor amenizada. Abraço que nunca é excesso. É a luz nos braços manifestada. É o sentimento falado, sentido. É o amor da forma profunda, é o porto seguro e firme. É o que tira-nos da angústia, do choro. Muda o semblante triste. O abraço: conexão das nossas almas...Importante, iluminado, água. Protege das chamas que nos invadem e dão emoção... É alegria, energia, tudo que nos eleva. É como abrigo nas tempestades que afligem o coração.
Mas nenhum abraço é como o teu. Que vem com teu sorriso junto. Que me extasia e ilumina. Que me faz te abraçar mais e muito. Teu abraço...É aquele lento, com música ao fundo. Que tudo para, não sinto mais nada, somente teus braços abraçando meu mundo. Abraço de sol, o teu, e traz tudo que eu mais preciso. Traz o preenchimento do vazio que as vezes sinto. Me renova, me alegra...É um abraço eterno. Se faz infinito.